Aproach
Como um intervalo entre dois apoios, o lugar onde se estabelece a transição entre interior e exterior, entre abrigo e horizonte, a casa é pensada como uma estrutura que emoldura a envolvente — um corpo construído que oferece proteção, mas também abertura, continuidade e uma relação libertadora com a paisagem.
Mais do que um volume isolado, esta habitação assume-se como uma plataforma de contemplação e permanência. Os grandes vãos que rasgam o betão e abrem o olhar tornam-se momentos-chave da experiência espacial. O design de interiores reforça essa condição: uma arquitetura do entre — entre o peso da matéria e a leveza do vazio, entre a sombra da estrutura e a luz que atravessa. A proposta nasce da leitura atenta da arquitetura existente: uma casa que equilibra massa e abertura, peso e leveza. A presença dos grandes vãos — e a forma como emolduram a envolvente — foi entendida como o gesto essencial do projeto.
A arquitetura e design de interiores respondem a esse gesto com subtileza, evitando competir com a linguagem arquitetónica. Em vez disso, procura estendê-la, amplificá-la e reforçar a sua coerência. As decisões de materialidade, luz e mobiliário são tomadas com o objetivo de prolongar a experiência arquitetónica de forma sensorial, habitável e duradoura.
Assim, o interior não é uma camada sobreposta, mas uma extensão sensível da estrutura: VÃO torna-se espaço vivido, silencioso e revelador.